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A importância do gestor da qualidade para a evolução da empresa!

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Eduardo Melo

Eduardo Melo

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Engenheiro Químico pela Escola de Engenharia da UFMG. Black Belt, Six Sigma pela Werkema Consultores. Pós-Graduado em Gestão de Laboratórios pela UNICAMP. Gerente de Laboratórios da CSN Mineração. Coordenador da Comissão de Estudos para Amostragem e Preparação de Amostras em Minério de Ferro para a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Acredita profundamente que: “Nosso maior medo não deve ser o fracasso, mas ser bem sucedido no que não importa.” – Francis Chan. Para me conhecer mais, acesse meu LinkedIn.

Que o Raul Seixas era um grande compositor e cantor ninguém tem dúvidas, mas se ele fosse gestor de qualidade em alguma empresa, com certeza, seria um fracasso! Afinal, o nosso Raul sempre cantou: “e não tem nada neste mundo que eu não saiba demais…”.
Mas o que isso tem a ver com os gestores de qualidade? Vamos lá, eu explico! Muitos gestores de qualidade, cheios de boas intenções, querem ver os seus sistemas de gestão da qualidade funcionando a todo vapor, sem não conformidades e com todos os indicadores atingindo as metas. Objetivam que tudo funcione como um “reloginho”! Para isso, trabalham duro, fazem tudo de tudo e de todos, e é exatamente aí que eles falham.
No arfam de que tudo aconteça da melhor maneira, ele cruza a bola na área e corre para cabecear e fazer o gol! Ou seja, recebe as não conformidades dos clientes, programa reuniões com as equipes envolvidas para estudar o ponto levantado e direciona os trabalhos para o que acredita ser a causa raiz do problema. Estabelece reunião de avaliação de indicadores, onde os planos de ação estão prontos com as ações que entende resolverem o problema.
Ou ainda, o que no meu entendimento é ainda pior, trabalha para preencher as lacunas de quem não faz a sua parte. Um determinado setor da organização não atualiza suas não conformidades e o super-herói gestor da qualidade elabora planos de ações, monitora os indicadores, verifica a implantação e a eficiência da solução e enfim encerra a não conformidade.
Para as reuniões de análise crítica, elabora a pauta, convoca a reunião, distribui a apresentação da reunião previamente e, mesmo assim, alguns dos convocados não aparecem na reunião. O nosso super-herói se encarrega de resolver o problema. Participa da reunião, apresenta os problemas, os planos de ações e por fim, elabora a ata que será enviada a todos.
A questão é que ao conversar com vários gestores de qualidade, eles sempre têm os argumentos prontos: “O pessoal não entende o que é qualidade e acaba fazendo tudo errado, depois vai me dar é mais trabalho!” Ou então:Ninguém se envolve, sou um solitário! Tenho de fazer tudo sozinho. Em resumo, são como Raul Seixas: eles sabem demais e enquanto estiverem convictos de seu pensamento, realmente, nada vai mudar. A cultura da qualidade é baseada no envolvimento de todas as partes atuantes no processo em prol de três pilares básicos: a eficiência produtiva, a qualidade do produto e a satisfação do cliente. Se todos não estiverem envolvidos, estes pilares não serão alcançados e o sistema de gestão da qualidade não irá deslanchar. Se o profissional da qualidade executar todas as atividades do sistema de gestão, é claro que as não conformidades serão inexistentes na hora da auditoria, mas continuaremos a ter um processo sobrecarregado de perdas e reprocessamentos e um produto que não satisfaz o cliente. O que é mais importante?
Todos os textos, artigos, normas e tudo mais que fala de qualidade menciona a importância do envolvimento da alta direção para que a cultura de qualidade seja prática e funcional. O presidente ou diretor-presidente tem de estar envolvido no processo. O número 1 da organização é quem define as prioridades e a qualidade tem de ser valor para ele. A partir daí, todos se envolvem e, mais importante, dão o seu melhor! As reuniões para tratar não conformidades terão os melhores especialistas e a reunião de análise crítica não terá ausentes!
E você, gestor da qualidade, não será o faz tudo para todos, pois cada processo terá o seu dono! Dono mesmo, de verdade! Ao invés de gastar seu valioso tempo fazendo tudo para todos, envolver a alta direção da empresa neste processo, será muito mais valioso e fará com que você atinja o seu objetivo muito mais rápido. Mas, e como fazer isso?
Eu tenho uma proposta que pode ser escrita na linguagem que qualquer presidente de empresa entende: dinheiro! Que tal mostrar para ele quanto podemos ganhar ao estabelecer metas coerentes e tratar adequadamente os planos de ação para atingi-las? E o custo da não qualidade? Ele conhece? Sabe qual o valor dele? Na ponta da língua? Se sabe, ele fala para os liderados o que tem de ser eliminado?
As perdas de processos, perdas com insumos de baixa qualidade, reprocessamentos, já foram mensurados? Quanto de dinheiro jogamos no lixo com tudo isto? Ele já viu?
Alguma vez, ele já teve acesso às reclamações dos clientes? E à pesquisa de satisfação dos clientes? Quanto dinheiro perdemos por não atender adequadamente os nossos clientes? A qualidade ou o sistema de gestão da qualidade tem de ser materializado em forma de ganhos financeiros para a empresa. Tudo de forma que a alta administração entenda que qualidade não é custo, é LUCRO!
A visão tem de mudar! E a alta direção é que consegue fazer isso, priorizando e valorizando o que é importante. Portanto, mostre a eles o que é importante! E QUANTO é importante! Se qualidade não é palatável, com certeza, dinheiro é! No fundo, é a mesma coisa, embalado e apresentado de um jeito diferente. Um jeito que fará a empresa evoluir, o sistema de gestão da qualidade evoluir e principalmente, a cultura de qualidade evoluir.
Vale pensar: será que estamos dedicando o nosso tempo de forma adequada? Na próxima oportunidade com a alta administração, lembre-se de ressaltar: a QUALIDADE é a oportunidade de eliminar CUSTOS e aumentar LUCROS e não o contrário!

Sobre o autor (a)

3 comentários em “A importância do gestor da qualidade para a evolução da empresa!”

  1. João Carlos Voltarelli

    Parabéns pelo texto Eduardo, relatou a realidade nua e crua de departamentos que não estão engajados com o sistema de qualidade e ainda atribui ao gestor da qualidade uma responsabilidade que é do departamento dele, ou seja, ele mesmo ainda não tem maturidade para entender que a qualidade contribui para melhoria de processos e por consequência o seu próprio departamento. E no meio deste fogo cruzado está o nosso solitário e destemido defensor dos procedimentos e instruções de trabalho que muitas vezes é taxado e rotulado de “o chato da qualidade”. Se a qualidade incomoda os departamentos é um indicador que os mesmos apresentam muitos gargalos, falhas de processos e problemas de gestão que devem ser erradicados imediatamente.

    1. Eduardo Melo

      Fico feliz que tenha gostado, João. Passe sempre por aqui! Temos sempre novidades muito interessantes. Abraços. Eduardo

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